segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Longa distância que se faz curta

Longa distância que se faz curta,

Curta distância que se faz longa.

Eis linha ténue presente que surta

Estado débil, um estado monga.


Frente a frente resulta

Que nada se assemelham.

Todavia se cruzam

Em estádio de multa;

E Pena esta que acusam

Ser Sublime, oculta.


Quer-se que a física culmine,

Quer-se que a que resta sossegue,

E quer-se que isto termine,

Pra dar asas ao que se segue.

Assim, tal dia venha já,

Hibernaremos até lá;

Pra que o acordar doce seja:

Por um toque no rosto, reja!


E já vão dias,

Meses, dirias,

O tempo custa,

Sem pressa a fusta…


Sozinha passeia a vontade,

Não quer nada, também nada faz –

Não será isto uma maldade?

Serei eu habilmente audaz?

Bate cá dentro certa saudade,

Que me deixa sentir incapaz,

Tão novo, com tão pouca idade…

Contigo, é tanto o que me dás…

Contigo, sou feliz, fico em paz.


Desde seu primeiro,

Sem possível fim,

Teu olhar certeiro,

Penetrando em mim,

Totalmente, sim.


O que será afinal?

Cá, em mim, sinto calor…

Penso ser o tal sinal,

Sinto igualmente dor,

MP`s sem qualquer final,

Cobertos neste amor,

Obrigado, meu…teu Senhor.


Aveiro, 18 de Janeiro, 2010