sábado, 14 de abril de 2012

Taizé


Na cidade expurgada de comunhão,

Cresce a heterogeneidade do ser irracional.

Na cidade expurgada de comunidade,

Cresce a solidão competitiva.

Nesta cidade globalizada,

Cada ser encontra-se no seu próprio universo,

Cada ser perde-se em si mesmo,

Cada ser arrasta-se pela sua materialidade.


É, pois, uma cidade condenada,

É, pois, uma terra árida,

É, pois, uma promessa devastada.


Naquela aldeia, aduba-se sentidos,

Semeia-se simplicidade,

Rega-se cristalinidade,

Renascendo esperança

Pela colheita casta,

Expectando-se o desconhecido sabor,

Provando-se o, ainda, sal presente

De um futuro crente.


Porto, 14 de Abril de 2012